Os times da indústria paulista conquistaram sete prêmios técnicos. Até o momento, seis classificadas para o Mundial na modalidade FIRST Robotics Competition.
Por: Jéssica Teles e Marcela Amaro com colaboração de Elaine Casimiro, comunicação SESI-SP
25/03/202509:54- atualizado às 16:22 em 27/03/2025
No último fim de semana, 22 e 23 de março, o Sesi-SP realizou a segunda regional do Torneio Sesi de Robótica – FIRST Robotics Competition (FRC) no CAT Sesi Vila Leopoldina, reunindo equipes do Brasil e da Argentina em uma disputa emocionante por vagas para o Mundial de Robótica da FIRST, que acontecerá nos dias 16 a 19 de abril, nos Estados Unidos. O evento atraiu um público de aproximadamente três mil pessoas ao longo dos dois dias de competição.
Fotos: Augusto Coelho/CNI
Ao todo, 33 equipes participaram do torneio, incluindo 10 times da rede Sesi e Senai-SP e um time da Argentina, que escolheu disputar a regional de São Paulo para tentar uma vaga no mundial. Estudantes de diversas regiões do Brasil mostraram talento, criatividade e inovação durante o evento.
Mais do que construir um robô em escala industrial – com até 56 kg e 1,5 metro de altura –, as equipes enfrentaram o desafio de levantar fundos, desenvolver uma identidade de marca e promover ações sociais para incentivar a ciência e tecnologia na comunidade.
"Ficamos muito felizes de ver que o nosso esforço está sendo reconhecido fora da robótica. Principalmente vendo o tanto de crianças que podemos atingir. Com nosso projeto, nós atingimos várias crianças e ter um impacto que chegou até na África é muito importante porque nós demos a oportunidade para essas crianças que mal tem comida, mal tem água. O poder dar educação é o princípio fundamental da evolução humana, é algo maravilhoso para gente", afirmou Pedro Rodrigues, competidor da equipe Mega Harpy, do Sesi de Indaiatuba, que conquistou o prêmio Engineering Inspiration Award.
As equipes do Sesi e Senai-SP brilharam na competição, demonstrando garra, comprometimento e técnica. Os times da indústria paulista conquistaram sete prêmios técnicos, incluindo os que garantiram vagas para a etapa mundial. Os prêmios que garantiram a classificação foram:
A conquista da vaga para o mundial foi motivo de grande orgulho para os vencedores. “A sensação de conseguir uma classificatória para o mundial é uma sensação única. É muito gratificante ver que o prêmio que eu tanto sonhei, o Impact Award, se tornou realidade e agora nosso time está tendo a oportunidade de mostrar todo o nosso trabalho e impacto que tivemos em todos os países que conseguimos alcançar. Nós temos um projeto que se chamado Get Up e ele já impactou mais de 110 mil vidas, mostrando que todo mundo pode ter a oportunidade de participar da robótica e ter essa experiência que a gente teve, que é incrível. Com a robótica eu consegui aprender diversas coisas, inclusive melhorar no meu inglês. Com ela eu estou vivenciando coisas que eu nunca imaginei vivenciar”, comenta Ana Karine Costa da equipe Robonáticos, do Sesi Ipiranga.
Como a Megazord já tinha vaga garantida, sua classificação foi destinada ao Ranking Pool, que avalia equipes mundialmente para redistribuir vagas. O resultado da seleção foi divulgado nesta úlitma quarta-feira, 26 de março, e a equipe do Sesi e Senai-SP de Bauru, a Octopus garantiu a vaga e vai representar o país no Mundial.
Quem também garantiu a classificação pelo pool de vagas da FIRST foi o time RPRT Hawks, de São José do Rio Preto. “Este ano poder chegar como finalistas da competição foi muito significativo para nossa equipe que é nova, estamos no nosso segundo ano de atuação em torneios. Conseguir uma vitória com o nosso robô, era uma coisa que a gente sonhava, foi muito importante para nós”, celebrou Ana Elisa Navarro da Hawks.
Além dos prêmios classificatórios, os alunos Diogo, da equipe Robonáticos, e Caio, da Megazord, receberam o prêmio FIRST Dean's List, que reconhece líderes estudantis excepcionais na FIRST Robotics Competition (FRC).
Fotos: Augusto Coelho/CNI
“Esse prêmio reconhece a história do aluno que incorporou os valores da FIRST, não só na robótica como na sua vida cotidiana. Eu, por exemplo, antes de entrar para a robótica, não tinha o papel de protagonismo e nem de liderança em nada. A robótica me transformou no líder que eu sou hoje, não só dentro do meu time, mas também na minha vida. Eu só tive acesso a isso por conta do Sesi e do Senai-SP que transformaram a minha visão sobre o mundo porque eu achava que como um adolescente eu não poderia transformar o mundo a minha volta, a minha comunidade, mas a FIRST e o Sesi me provaram e me fizeram vivenciar completamente o contrário disso”, afirma Caio Baizigue, da equipe Megazord, do Sesi Jundiaí, bicampeã da Aliança Vencedora.
“Transformar a educação por meio da robótica e da ciência e tecnologia é a minha paixão. Hoje em dia, eu devo tudo que que tenho a principalmente o meu time, a FIRST e a robótica. A minha equipe sempre me deu suporte desde quando eu entrei na FLL em 2021 e sem eles eu não estaria aqui. Você se sente impactado quando você entra na robótica e quando você sai você quer espalhar esse sentimento para outras pessoas. É sobre amor e inspiração”, complementou Diogo Ferrata, da equipe Robonáticos, do Sesi Ipiranga.
Até o momento, juntando as duas etapas regionais, as equipes do Sesi e Senai-SP garantiram seis vagas para o torneio mundial. Com grandes conquistas e aprendizados, a segunda regional foi um marco na história da competição no Brasil, incentivando o desenvolvimento de jovens talentos na ciência e tecnologia.
Fotos: Augusto Coelho/CNI
São Paulo entrou para o circuito internacional da robótica estudantil ao sediar, pela primeira vez, uma etapa classificatória para o mundial. A novidade ampliou as chances para estudantes de escolas públicas e privadas representarem o país no torneio mundial. Antes, a única classificatória brasileira acontecia no Festival Sesi de Robótica, em Brasília.
“Aqui vocês estão competindo em um ginásio montado para a FRC, mas usualmente isso aqui é uma quadra de vôlei e não apenas isso, mas também é um espaço onde Marcelo Negrão, Murilo, Giovani e outros tantos medalhistas olímpicos passaram. E o que a gente quer ver de vocês aqui é que assim como a gente teve várias referências no vôlei, eu quero várias referências nascendo aqui da robótica, da ciência, da tecnologia, da engenharia, da arte da matemática. Conto com vocês”, comenta Caio Godoy, supervisor técnico educacional do Sesi-SP, durante a abertura da competição.
Para Daniele Ortiz, Coordenadora Técnico Educacional do Sesi-SP, o torneio em São Paulo simboliza um avanço significativo na promoção da ciência e tecnologia. “Eu acho que este espaço é muito mais do que uma competição. Aqui é um espaço para aprendizagem, de colaboração, de inovação, onde todas as equipes vão ter a oportunidade de demonstrar toda dedicação que tiveram ao longo da temporada este ano. Que sejam dias de muita superação, de conquistas e além de tudo de muita diversão. Vocês são o futuro da indústria e da tecnologia no nosso Brasil. Nós da robótica Sesi estamos aqui para celebrar as conquistas de tudo que vocês estão construindo.”
A emoção tomou conta das arquibancadas, com a participação de torcidas que vibravam a cada movimento dos robôs na arena. Victor Antony do Nascimento, espectador e irmão da aluna Lara Vitória do Nascimento, da equipe MecaChronos, do Sesi Vila Leopoldina, contou que foi muito especial receber um evento de tamanha importância no mesmo espaço onde eles estão acostumados a frequentar. “Você poder estar junto com a equipe e ter aquele sentimento que estamos fazendo parte é muito gratificante. Essa empolgação, essa animação, foi uma experiência maravilhosa e que com certeza ficará nos nossos corações, na minha vida, na vida da minha família e de todos que puderam vivenciar esse momento. É uma grande oportunidade de autodesenvolvimento profissional e pessoal para cada um destes competidores e isso também impacta a gente que está assistindo. Com certeza irei participar de outras edições”, afirmou Victor.
Acesse a galeria de imagens:
SESI-SP
Fotos: Everton Amaro/Fiesp
CNI
Fotos: Augusto Coelho/CNI
